terça-feira, 2 de junho de 2009


Queimadas


Desde o início da ocupação portuguesa o fogo foi o principal instrumento para derrubar a vegetação original e abrir áreas para lavoura, pecuária, mineração e expansão urbana. Ao longo dos quase cinco séculos de história do país, desaparece quase toda a cobertura original da mata Atlântica nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul. No Centro-Oeste, de ocupação mais recente, o cerrado vem sendo queimado para abrir espaço à soja e à pecuária. Nos anos 80, as queimadas na floresta Amazônica são consideradas uma das piores catástrofes ecológicas do mundo. As queimadas no Brasil cresceram muito nos últimos anos. Mas a preocupação com esse assunto já é antiga. Ainda em 1820, José Bonifácio de Andrada e Silva disse que as queimadas são um ato de “ignorância, associada à preguiça e má fé”. Um exemplo dessa escalada é que em 2001 foram registrados 145 mil focos de calor pelos satélites do Inpe contra 359 mil em 2002, ou seja, mais que o dobro. Uma média simples de 2000 a 2007 mostra 588 mil focos de calor por ano, com recordes absurdos como os de 2004, quando o Inpe registrou 1,2 milhão. As razões para tal crescimento é ampliação da fronteira agrícola e também, no caso de 2004, o clima seco. Em 2006, houve uma queda quando foram 520 mil focos, as explicações foram menor investimento do agronegócio, mais chuvas e a fiscalização intensa. O Mato Grosso é o estado que mais queimou com 33.635 focos de calor entre 2000 e 2007, seguido do Pará, com 27.468.É interessante perceber que estados nordestinos como Bahia e Piauí têm ampliado os seus registros por causa, principalmente, da especulação imobiliária com o objetivo de ampliar as áreas de cultivo dacana-de-açúcar, por causa da expansão do etanol.


Nenhum comentário:

Postar um comentário